Roommate - Capítulo 10

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Segunda-feira fui pra faculdade e encontrei meus amigos. Thomas estava justamente no círculo com todos, então, foi meio
inevitável não falar com ele.

-e aí. - Eu disse pra ele, chegando do seu lado, depois de cumprimentar todos

-Tudo bem? - riu, me olhando.

-Aham. 100% livre da ressaca.

-Eu ainda estou chegando lá... me disseram que eu estava bem ora de mim. Desculpa alguma coisa. - deu de ombros. Ele estava
bem tímido. Gosto e prefiro ele dessa forma, sem se jogar pra cima de mim.

Jess veio na minha direção, fez um movimento com a cabeça para Thomás, como se me pedindo a permissão dele para me
pegar emprestado. Permissão concedida, ela me empurrou um pouco pra longe dali, aonde podia perguntar:

-e aí?

-E aí o que? - eu ri, olhando-a como se eu não soubesse do que ela estava falando.

-Noah, Alice, o Noah!

-Está bem, saímos pra caminhar ontem de manha, fizemos almoço.... tudo tranquilo.

Tenho certeza que ela estava esperando a merda acontecer, certeza.

E até que não demorou muito pra começar a acontecer....

Quarta de tarde, fui liberada mais cedo do estágio já que eu estagiava em um escritório (de direito, né) e meu chefe precisou
fechar o local porque precisaria viajar para resolver assuntos familiares e achou melhor não deixar ninguém “no comando” como sempre fazia, e sim, dar-nos o dia de folga, já que não teríamos nenhuma peça para resolver, nem nada urgente, éramos apenas 4 estagiários: eu cuidava da captação de clientes, Anne cuidava da parte financeira, John da parte jurídica mais avançada e Arthur, era tipo o braço direito de Vinicius (meu chefe), fazia de tudo um pouco.

Estava sentada no chão da sala, terminando uns resumos, quando Noah chegou com uma toalha cheia de sangue na cabeça,
ele pressionava com uma mão a toalha, quando entrou na sala e deu um passo pra trás, surpreso de me ver.

-ei.. meu chefe me liberou hoje. O que aconteceu? - me levantei na hora, indo em sua direção.

-Ah. Achei que estaria sozinho. Acidente de trabalho. Nada demais.

-deixa eu te ajudar. - ajudei-o a tirar a bolsa carteiro que ele usava e fomos pro banheiro.

Assim que tirou a toalha da cabeça, eu quase caí pra trás. Noah estava com um corte muito profundo na testa/quase no cabelo.

-que tipo de acidente foi esse? - perguntei, receosa. Não parecia um “acidente”

-Estava arrumando umas prateleiras na dispensa, dei uma porrada na prateleira de cima e caíram umas coisas na minha
cabeça...

-Algumas coisas?

-Pratos.

-De vidro?

Noah riu, me olhando. Eu balancei a cabeça, como se dissesse “deixa pra lá”.

-acho que precisa levar ponto.

-Não precisa não. Já aconteceu antes. Só cobrir e gelo.

Lavei a toalha que ele estava usando na pia, torci e ajudei-o a limpar, limpar o sangue que escorria enquanto eu estava limpando.

-ouch. - Noah reclamava as vezes, conforme eu apertava.

-é. Se você é sócio do lugar, que é que estava fazendo arrumando a dispensa?

-Faltou um pessoal hoje. Precisei fazer outras coisas. - falou com dificuldade - aí, minha cabeça dói.

-Toma um aspirina. - falei, me virando para lavar de novo a toalha.

Quando estava torcendo, Noah, que estava sentado na privada, ficou de pé e de frente pra mim.

-não precisa fazer isso...

-Não vou deixar você desse jeito, né? - eu disse, ficando um pouco na ponta dos pés pra poder continuar limpando sua cabeça.

Me desequilibrei (Noah era um tanto mais alto que eu) e num reflexo, ele me segurou pela minha cintura. Fomos pra trás e eu
acabei encostada na parede do BOX, e seu corpo, bem colado ao meu.

Fui abaixando a mão com a toalha aos poucos e Noah abaixando a sua cabeça, indo em direção aos meus lábios. Sim, os
meus labios. Ficamos uns segundos cara a cara, há poucos centímetros um do outro, com nossos lábios pouco separados um do outro. Eu podia sentir seu coração bater acelerado em seu peito, sentia o vento de sua respiração.

Até seu celular começar a tocar em sua bolsa. Noah levantou seus olhos até os meus e me observou por um instante que
pareceu durar horas. Aquele olhar definitivamente ficaria na minha mente por um bom tempo.

-deve ser meu chefe, querendo saber se estou bem. - ele riu, de afastando pra ir pra sala pegar o celular.

Precisei de alguns minutos ali pra me recuperar daquele momento.

Depois disso, voltei pra sala e ele estava deitado no sofá, com uma bolsa de gelo na cabeça.

-você tá legal?

-Aham. Mas confere se daqui há pouco não vou desmaiar, ok?

Ri, de nervoso.

Voltei pro chão e a organizar meus resumos, enquanto Noah descansava.

Cerca de 20minutos depois, que eu estava distraída terminando de organizar minhas coisas, me toquei que Noah estava muito
quieto. Estranhamente quieto. Olhei pra trás, pro sofá, e percebi que ele estava dormindo.

Preocupada, resolvi acorda-lo. sacudi ele algumas vezes e chamei pelo seu nome. Noah foi abrindo os olhos, meio perturbado, e de cara feia.

-que foi?

-Você dormiu. Fiquei preocupada. - falei, me levantando e indo até a cozinha pegar um copo d’água. - quer água?

-Aham, MEU DEUS, são que horas? - ele levantou, assustado.

-Quase 16h. Por que?

-17:30 tem ensaio da banda aqui. Tudo bem?

-Sem problemas. Está na hora deu conhecer eles, também. Vou tomar um banho e guardar minhas coisas.

-Tudo bem.

Juntei minhas coisas da sala, arrumei tudo no meu quarto e fui tomar um banho.

Por volta de quase 18:00 conheci o pessoal da banda. Me receberam com sorrisos calorosos e abraços apertados: amo gente
assim!

Percebi que no momento em que dei as costas para eles e Noah, ficaram cochichando no ouvido do meu companheiro de
quarto (casa), provavelmente sobre mim.

Enquanto eles ensaiavam, decidi fazer um lanche pra que comessem depois do ensaio.

Enquanto deixei o forno ligado e assando uma pizza que eu

Havia preparado (sempre tinha mesa de pizza apenas esperando tempero e recheio na nossa geladeira, justamente para momentos como esses), fui pro quarto terminar de fazer umas coisas.

Peguei meu celular tocando, e ao ver que era Jess, logo atendi.

-tudo bem? - ela não costumava me ligar, e sim passar mensagens, então logo fiquei preocupada.

-Eu to te mandando mensagem mas você não responde, garota!

-Desculpa! Os amigos do Noah estão aqui ensaiando pra banda música alta e eu tava na cozinha preparando um lanche pra gente.
Que houve?

-Ms. Green liberou as notas de tributário! Vai lá ver! - socorro.

Era a matéria que eu estava quase que pendurada.

-Ta, ta! Depois te ligo! - eu disse, desligando o telefone.

Peguei meu computador que já estava ligado, apenas no modo de espera, e entrei no site da faculdade pra conferir minha nota.

8.7! Aprovadossima!

Suspirei, aliviada.

Era meados de setembro, o semestre havia acabado de começar, eu não podia correr o risco de já começar com uma nota
vermelha. Tinha estudado que nem louca pra essa prova!

Mandei mensagem pra Jess, comemorando:

“APROVADAAAAAA!!!!!!!”

E voltei pra sala/cozinha, feliz da vida.

A pizza estava quase terminando de assar, Arrumei a bancada da cozinha com uns pratos e, também, na mesa que tínhamos.

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