De inicio notei que Alex ficou sem reação, não sabia muito
se deveria ou não corresponder o beijo.
Mas.. Não tinha como.
Ele sabia que não tinha como não corresponder, não deixar que aquele sentimento
todo tomasse conta de nós dois.
Nosso beijo logo foi tomando certa dimensão que eu já sentia
suas mãos ao redor de minha cintura e depois, me puxando pra cima. Dei um
pequeno salto e enlacei minhas pernas ao redor de sua cintura.
Alex me levou pro meu quarto sem desgrudar nossos lábios e
ao me deitar na cama devagarzinho, parou pra me olhar por um instante.
-Que saudade eu senti disso.. –Sussurrou, beijando meu
pescoço. –De nós dois.. De só nós dois..
Apesar de não querer admitir, eu também sentia.
Eu e Alex havíamos nos tornado dois imãs. Quando estávamos
com o mesmo polo, nos repelíamos.
Com polos diferentes, nos atraíamos. Foi
sempre assim e acredito que nada vai mudar, não enquanto esse sentimento tão
forte permanecer dentro de nós dois.
Eu não sei se isso é amor ou se eu só serei capaz de definir
o que é amor no primeiro segundo que eu ver meu filho, mas o que é amor,
afinal?
Acredito que amor é aquele sentimento que nos afeiçoamos e
definimos como um “carinho excessivo”, “dar a vida por alguém”, “ver a
felicidade do outro e se contentar com isso”. No fundo, amor não é só isso. O
amor não pode ser só isso.
Amor é aquilo que te tira o folego, te tira a paciência, te
tira até a vontade de amar, certas horas. É querer estar longe, estando perto.
Querer estar perto, estando longe. Amor são todas aquelas nossas contradições
que vivem dentro da gente quando nos apaixonamos por uma pessoa; ele é fiel?
Ele quer estar comigo? Por que não fala comigo todos os dias?
Amor são todos esses “por que’s” que só tem uma única
resposta naquele momento.. Aquele momento que você olha pra ele, ou pra ela, e
pensa: amor é você. Amor é nós dois.
Eu não sou capaz de olhar pra Alex e dizer isso ainda,
apesar de tudo que passamos juntos. Mas sou capaz de dizer, com toda certeza do
mundo, que vou esperar esse momento chegar, porque sei que assim que o fizer,
não vou ter dúvidas quanto a isto.
-
Dias viraram semanas, semanas viraram meses e eu não parava
de engordar. É sério. Minha barriga estava gigante com apenas 6 meses. Ok, já
era bastante, mas ainda assim, tava gigantesca.
No dia da consulta pra saber o sexo do bebê, Alex e Kira
foram comigo. Eu estava muito ansiosa.
-Ai, e se for uma
menina? –Eu dizia nervosa no carro. –Queria um menino, queria muito.
-Eu também, Isa. –Alex disse rindo e colocando uma de suas
mãos em minha coxa. –Mas o que vier, vai ser ótimo pra mim.
Ele estava sendo extremamente compreensivo, muito mesmo.
Estava aturando minhas crises de choro, meus desejos
loucos..
Flasback
Eram por volta de 3 da manhã e eu estava na cozinha fritando
dois ovos pra comer com arroz e melancia, que eu havia comprado há dois dias
atrás pra comer. Eu estava louca de vontade pra comer ovo e melancia. Jesus. O
que este bebê esta fazendo comigo?
-Amor? –Ouvi uma voz atrás de mim e me virei, vendo Alex
parado em frente a bancada e me
olhando. Sua cara de sono evidente em seu
rosto.
-Te acordei?desculpe, desculpe..
-Tudo bem. Foi só o cheiro que me despertou. O que você ta
fazendo?
-Ovo. Dois ovos.
–Falei animada.
Coloquei ambos no prato e abri a geladeira pra pegar a
melancia.
-Melancia? –Alex me olhou surpreso. –Pra que isso?
-Pra comer. Com os ovos. Os dois ovos.
-Eu já entendi que são dois, Isa. –Riu. –Quer ajuda?
-Não, obrigada. Deixa só eu comer, por favor.
-Claro.
Sentei-me de frente pra ele, comi meu ovo e logo depois,
minha melancia. Estava muito, muito boa.
-Podemos voltar pro quarto agora? –Ele perguntou assim que
acabei de comer e lavei a louça
rapidinho.
-Quero ver TV. Pode deitar, amor. Não tem problema não.
-Tudo bem, fico com você aqui.
Fomos pra sala, me encostei no peito de Alex, depois dele
passar seu braço por cima de meus ombros e começamos a ver um filme.
Era Marley e eu que estava passando. Às 3 da manhã. E estava
vendo. Eu. Grávida.
-
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