-Pode ser, aceito uma carona. –Disse eu na sala já, pegando
minha bolsa.
Descemos e assim que entramos no carro, lembrei de dizer a
Alex:
-Por favor, não saia comprando coisas que nem louco pro
bebê. Acho melhor esperarmos um pouco e irmos decidindo as coisas aos poucos.
Tudo tem seu tempo.
-Ta bem. Vou só arrumar uns catálogos pra você dar uma
olhada. De quarto, berço, roupas, essas coisas. Não quero te sobrecarregar com
nada, Isa.
-Sem problemas. –Ele parou em frente a minha faculdade e
antes de sair, tirei meu cinto e me virei pra ele.
Por hábito, quase o beijei na boca, como sempre fazíamos.
Parei no meio do caminho me dando conta e o dei um simples
beijo na bochecha.
-Quer que eu te busque?
-Não é necessário. Vou almoçar por aqui e depois vou pro
estágio. A gente se vê umas 17h.
-Ok, qualquer coisa me liga.
-Voce também.
Assim que entrei na sala de aula, encontrei com Kira que
veio me enchendo de perguntas sobre o que tinha acontecido.
-Ele está lá em casa. –Respondi, pegando umas coisas na
mochila. –Está sendo bem atencioso, por sinal. Vai ficar lá nesses primeiros
meses e depois vai voltar pra sua casa, acredito eu.
-Voce acha que tem chance de vocês voltarem?
-Não sei, Kira. Eu realmente não sei. Queria dizer que
“não”, mas agora não está em jogo só eu, e sim, eu e o bebê. Ter pais separados
não é ruim e dá pra seguir a vida, mas também, ter pais que moram na mesma casa
é bom, sabe?
-Claro, te entendo. E você ainda gosta dele, então né..
Apenas olhei pra ela, dando de ombros. Não sabia o que fazer
com aquela afirmação ainda.
Depois do estágio, Blake insistiu até não poder mais pra me
levar pra casa.
Me deixou na porta do prédio e eu subi, depois de te-lo
agradecido e dito que não precisa fazer isso todos os dias.
Cheguei em casa e não tinha ninguém, só um bilhete de Alex
dizendo:
“Deixei pronto uma comida, caso queira. Precisei sair pra
resolver umas coisas na faculdade, mais tarde tô de volta. Xx Alex”.
Esquentei o que ele tinha deixado, comi, troquei de roupa,
tomei um banho e fiquei deitada vendo TV na sala.
Por volta de 20h, eu estava cochilando já, acordei e vi Alex
sentado na poltrona, me olhando.
-Chegou tem muito tempo? –Perguntei meio sem graça e
olhando-o.
-Pouco mais de uma hora.
-E o que você tava fazendo aí? –Sentei na cama, rindo.
-Nada. Só pensando mesmo. Já comeu?
-Sim, sim. A comida estava muito boa, a proposito.
-Ah, que bom. –Ele disse de um jeito estranho, se levantando
e indo pra cozinha.
-Ta tudo bem?
-Olha, Isabella, bem bem, não tá não. –Falou pegando uma
garrafa d’agua e se virando pra mim.
-Por que?
-Eu preciso que você me responda com toda a sinceridade do
mundo. Ainda existe a chance da gente voltar?
Observei-o por um momento. Por que aquilo do nada?
-Por que você tá me perguntando isso? –Abracei meus braços,
inquieta.
-Só responda a pergunta, por favor.
-E-Eu não sei.. eu.. –Fui dar as costas pra ele mas Alex
segurou meu braço, me virando.
-Sem mais enrolações, me diga a verdade. Se sua resposta for
sim, eu não vou desistir da gente. Mas se for não.. –Ouve uma pausa dele,
olhando nos meus olhos. –Eu simplesmente não posso ficar aqui tentando e te
esperando. Eu vou estar do seu lado de qualquer forma, não tenha duvidas disso.
Mas eu não quero mais me enganar, Isabella.
Não sabendo o que responder, apenas me aproximei mais um
pouco dele e tirando o copo de agua de sua mão e colocando na mesa que estava
ao nosso lado, levei minhas duas mãos pra sua nuca e
aproximei nossos rostos
devagarzinho.
Comecei a beijá-lo.
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