Gabriela colocou a xícara na mesinha em nossa frente e se virou pra mim,
me beijando, devagarzinho.
Minha mão encontrou sua cintura, enquanto a outra continuava em cima do
sofá.
-Você consegue sentir agora? –Depois de um tempo ela se afastou, sorrindo.
Não só agora eu sentia como senti desde a primeira vez que toquei
naquela garota.
-
Segunda de manhã, voltei pra casa assim que ouvi Gabriela tomando banho
e se arrumando pra ir pro colégio. Conforme eu já estava com o carro ali,
deixei ela na porta, e depois voltei pra casa. E voltei a dormir, claro.
-Ei, mano? Que diabos aconteceu contigo?
Eu deitei a cabeça na carteira da sala de aula , e apaguei. Meu amigo,
Joshua veio logo mexer comigo.
-Nem de ressaca depois daquelas festas pesadonas, te vi assim! Qual é a
garota da vez?
-Quem tu menos espera. –Me reergui, espreguiçando-me –Só estou cansado.
-Puts.. Ela trabalha e não te dá folga, não é?
-Ela estuda ainda, cara.
-QUEEE ISSO! –Ele começou a rir, chamando atenção e logo parou quando o
professor olhou em nossa direção. –QUE ISSO, cara! Até as novinhas?
-É complicado.
-Eu imagino. –Fez cara de sério, e eu soquei seu braço.
-Idiota.
Copiei a matéria que eu tinha perdido na aula que dormi, e quando
finalmente tocou o sinal pra sair, a insuportável da Caroline veio falar
comigo.
Tipo.. Eu já dei uns amassos nela, mas eu não sei. Algo estava diferente
entre a gente. Aliás, em mim
pra ser sincero. Ela é fútil demais.
-Ei, Noah! –Ela me pegou na hora que ia sair –Quanto tempo, ein!
-Não nos vemos desde sexta passada, cara.
-É, eu sei. Mas senti sua falta. –Fez biquinho, rindo e se aproximando
de mim. –Então.. O que acha da gente sair de novo?
-Estou namorando. –Dei de ombros, e ela ouviu aquilo como ´´semana que vem, acho que dá, pode ser?´´ porque
ficou me olhando com a mesma cara de antes. –Desculpe.
Ajeitei minha mochila no ombro e saí da faculdade logo.
Eram 22h30. Eu estava acabado.
Peguei o carro, e finalmente, estava voltando pra casa.
Quando parei o carro no estacionamento, ao lado do prédio, percebi
alguém familiar sentado nas escadas da portaria.
Mas não liguei, até abrir o portão, e me aproximar.
Era Gabriela. E estava com uma caixa de pizza no colo.
-Gabi? O que faz aqui? –Ela levantou a cabeça, me olhando quando parei
de frente a mesma.
-Trouxe pizza pra você. Aposto que não comeu nada, e nem iria jantar, não
é?
-É. Agora me explica o real motivo.
-Eu posso subir? Quero conversar um pouco. –Assenti na hora, e ela subiu
na minha frente e eu atrás.
Subimos pelo elevador, em silencio. Ela ficou o tempo inteiro de cabeça
baixa, fitando o chão. Tinha algo muito errado. E com certeza, era sobre seus
pais.
-Então, me conta.
-
Nenhum comentário
Postar um comentário