Capítulo 58 - lasanha na casa do ex? Claro!

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Depois de muito “blablabla” de história da arte, mudei de sala, indo pro segundo tempo e sentei-me ao lado de Blake.

-Vai pro estágio hoje?

-Claro. –Balancei minha cabeça no sentido afirmativo. Minha vida não iria parar de forma alguma.

-Quer almoçar lá em casa hoje? Minha mae vai fazer lasanha.

Ele sabia que eu não resistia a uma boa lasanha.

E além disso, seu apartamento era em frente ao colégio que estagiamos, então né..

-Claro. –Falei da mesma forma que tinha dito anteriormente, fazendo-nos rir.

Assim que o professor entrou na sala, começou a dar sua matéria e passar alguns exercícios pra 
fazermos. Conforme eu estava sem minha apostila –blabla momento clichê blabla- cheguei minha 
carteira pro lado de Blake e fizemos juntos.

Eu me sentia estranhamente bem perto dele, de um jeito que eu costumava me sentir assim ao lado 
de  Alex.

Ignorando aquela sensação e não querendo acabar com o que tínhamos –nossa amizade, graças a Deus- voltei a me concentrar na aula e quando me dei conta, já estávamos saindo e indo pra sua casa.

-Eu tô de carro, vamos no meu?

-Seria ótimo! O meu ta no conserto e tal.

-Beleza.

Ao entrarmos em meu carro, perguntei:

-Voce vai na festa de sábado?

-To afim. Você vai? –Respondeu-me, colocando o cinto de segurança.

-To pensando em ir, mas preciso arrumar um ingresso com Jonas.

-AH, ele me deu dois. –Na hora Blake abriu sua mochila e tirou um de dentro dela, me entregando. –
Pode ficar pra você.

-O outro era pra alguma garota que você vai levar, não é? –Sorri, olhando-o. Claro que era.

-Voce deixa eu te levar?

-Deixo. Vou ser legal e fazer esse sacrifício. –Falei como se fosse a coisa mais difícil do mundo. 
Rimos.

Ao chegarmos em sua casa, fiquei meio constrangida de encontrar com sua mae, Patricia, mas ela foi extremamente gentil comigo e logo quebrou o clima inicial.

-Fique a vontade meu bem, minha lasanha está quase saindo.. Ainda é sua preferida, certo?

-Claro. Nunca vai deixar de ser, Pat, não se preocupe. –Nós duas rimos.

-Vamos subir um pouco? Esperar o almoço ficar pronto e tal. –Blake disse com a mão em minhas costas, me guiando pro corredor.

Subimos aquele lance de escada o qual eu nunca me esqueceria –das noites que voltávamos de festas e ficávamos nos agarrando ali mesmo- e ao chegar em seu quarto, fui tomada por uma puta nostalgia.

Ao mesmo tempo que estava igual, estava diferente. Não sei dizer.. A cama não era mais de solteiro, mas de viúvo. O armário havia mudado, era um grande, de madeira e de frente pra cama agora.
Sua escrivaninha estava maior e abarrotada de livros em volta.

-Caramba. Aqui está bem diferente. –Eu disse enquanto Blake sentava na cama e deixava sua mochila por ali.

-É. Mudei umas coisas, você sabe.. Meu quarto não podia ficar com cara de um moleque de 18 pra 
sempre. –Nós dois rimos.

Fiquei de pé, olhando em volta ainda. Eu lembrava de muitos objetos e porta-retratos, era interessante ver tudo aquilo de uma perspectiva diferente, como se eu tivesse no futuro revivendo uma cena do passado.

-Voce não tem vontade de morar sozinho? –Perguntei, me encostando no seu armário e me virando pra ele.

-Nah. Eu e minha mãe sempre nos entendemos e fizemos companhia um pro outro. Além do mais, gosto daqui. Ajudo ela com as despesas, ela me ajuda a pagar a faculdade..

O pai de Blake havia os deixado quando ele era mais novo, desde então, era só ele e sua mãe.

-Ah. Entendi.

-E seus pais? Ainda te imploram pra voltar pra casa?

-Não mais, graças a Deus. –Eu ri, virando-me pra janela e indo até ela. Reparei que uma fina camada de chuva caía lá fora. –Eles agora só me ligam uma vez por semana e prometem ir me visitar, mas nunca vão.

-Tenho certeza de que eles sentem a sua falta.. –Ouvi-o dizer, se levantando da cama e logo depois, senti sua presença atrás de mim. –Da mesma forma que eu ainda sinto às vezes.

Blake tirou uma parte de meu cabelo de um dos lados de minha nuca e apenas passou seu nariz ali, me deixando toda arrepiada.

Tirei meus olhos da vista que a janela oferecia e virei-me pra ele, atenta a vista dos seus olhos.


-Como?

-

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