Roommate - Capítulo 15

quarta-feira, 17 de junho de 2020



Encontrei Erik pra almoçar pouco depois que cheguei no escritório. Fui mais cedo pra lá para terminar de resolver umas
questões com meu chefe, que queria antes do almoço.

-ei. - nós cumprimentamos com um beijo demorado o rosto e nos sentamos em um cantinho isolado do restaurante.

Estava um dia bem frio, graças a tempestade que caiu no final de semana e à frente fria que chegou, ou seja, o restaurante
estava bem vazio. Ele era quase na esquina do meu escritório com a academia de treino de Erik, por isso era o local perfeito pra nos encontrar. Todo decorado com flores e de madeira. Eu adorava o cheiro daquele lugar.

- eita, parece que a gripe de Noah passou pra você, huh? - foi a primeira coisa que ele disse quando nos sentamos. Sério. A
primeira.

Franzi o cenho, me fazendo de idioma por um minuto. 

- ele mandou mensagem final de semana cancelando nosso ensaio extra, dizendo que estava bem gripado. Sua voz está bem
fanha e o nariz vermelho... A não ser que andou chorando ?

- ah. - soltei uma arfada disfarçada de riso. - é. A gripe dele deve ter passado pra mim.

Erik riu, me olhando, por alguns segundos antes de pegar o cardápio e encará-lo por uns segundos.

- o que você vai beber?

- um chá gelado está ótimo. - respondi ele.

- você come carne?

- até demais. - sorri, olhando-o.

- o que acha da gente dividir esse bife, com essa salada. - me mostrou no menu. Parecia delicioso. Assenti, positivamente com a
cabeça fazendo ele rir.

Chamamos o garçom e enquanto ele saia, anotando nossos pedidos, perguntei:

- que dia posso aparecer na academia pra fazer um treino legal?

- hoje mesmo. Tenho um horário disponível as 18h - falou, colocando os cotovelos em cima da mesa e cruzando seus dedos.

- bom pra você?

- sim. Vou sair do escritório e ir pra lá.

- mas você tem roupa? - ele disse, apontando com a cabeça pra minha blusa social.

- tenho. - ri, olhando-o. - eu sempre saio com um look de treino na bolsa.

- você costuma fazer exercício todo dia?

- no mínimo 3 vezes na semana. Gosto muito. Meu trabalho me deixa estressada as vezes, meus país me deixavam estressada
todos os dias... Acabei adquirindo essa rotina mais saudável.

- por isso que você se mudou?!

- aham. - falei, enfatizando, bebendo meu chá gelado.

- e quais são seus planos pro futuro?

- me formar. Passar de estagiária a advogada do escritório. Ter grana pra sustentar um lugar só meu.

- maneiro - ele disse, me olhando. - morar sozinho é a melhor coisa do mundo. Lavo a louça quando eu quero, ninguém me
perturba.. É uma maravilha.

- e seus pais?

- são de Winsconsin. Eu os visito umas duas ou três vezes por mês. - ergui a sobrancelha.

- e desde quando você montou a banda com Noah?

- ah, a gente se conheceu no High school. Era uma banda sem muitas pretensões. Até começar,os a abrir os festivais do colégio de
ganhar certa notoriedade. Como não tínhamos emprego ainda, era legal tirar uma grana daquilo.

- muito legal! E hoje vocês continuam ainda.

- é. É bom porque é um laço forte que tenho com meu passado.

Que gosto muito. É como se fôssemos parte do meu passado que eu goste de manter ativa na minha vida.

Nossa comida chegou e comemos e conversamos por mais uma hora. Até eu me dar conta de que precisava voltar pro escritório.

Erik insistiu em pagar a conta e me levou até a porta do escritório.

- te encontro às 17h então, né? - ele disse, segurando em minha cintura.

- promete que vai levar leve? - ele tinha braços fortes e tatuados.

Se esse homem me jogasse no chão, ele me quebraria.

- você vai pedir pra eu pegar pesado.

Com aquele sorriso irresistível na mente, entrei no escritório toda arrepiada.

Trabalhei que nem uma condenada o dia todo. Respondi e-mail, fiz café, conversei com cliente novo... Fiz literalmente de tudo.

Por volta de 17:00 troquei de roupa, colocando uma roupa mais confortável para treinar e fui pra academia de Erik.

Deixei minhas coisas em um canto, e um outro professor começou às instruções: pediu pra que, enquanto Erik terminava de
atender uma aluna, eu fizesse um aquecimento. Alongamento, flexão, abdominal.

- já está assim? - Erik veio na minha direção, rindo de deboche porque eu parecia acabada, descansado entre um abdominal e
outro.

- você não me irrita. - eu disse, olhando pra ele.

- parece que o coelho te deu um perdido.

Demorei a entender, mas logo percebi que ele estava falando do filme.

- porque a Alice do filme ta sempre correndo atrás do coelho. Entendeu? - ele riu, esticando uma mão pra eu pegar e levantar.

- nossa tinha tanto tempo que eu não ouvia piadas com meu nome. - puxei-o, levantando-me.

- vamos logo, coelhinha. - rimos com meu novo apelido.- vou te dar luvas e vamos começar com uns chutes simples no saco, ok?! -
ele apontou com a cabeça pra o saco de espuma pendurado na parede.

- beleza.

Coloquei as luvas, Erik me posicionou e começamos o treino. A forma que ele, vez ou outra, segurava em minha cintura para
me endireitar e me ajudar, me deixava nervosa. Mas era uma boa sensação.

- isso, bora! Anda. - os incentivos dele, também, eram necessários quando eu já sentia minhas forças esgotadas.

Depois de uma hora e meia de treino, terminamos. Eu mal conseguia andar.

Lavei meu rosto no banheiro, arrumei meu cabelo e saímos juntos da academia, seu horário também havia terminado.

Erik tinha um bom senso de humor, eu gostava da forma que ele me fazia rir. Saímos, juntos, ainda conversando e ele me zoando.

Mas fez bastante elogios sobre minha forma física e força, também.

Ao chegar na porta do meu prédio, Erik deu um sorriso e partiu para cumprimentar um senhorzinho que estava saindo dali.

- Sr. thompson! Quanto tempo!

O velhinho, que estava de terno e bem vestido, sorriu, abraçando Erik.

- você não para de crescer, hein, rapaz?! E essa dai, é namorada, é?

Eu sorri, abaixando a cabeça.

- é a roommate do Noah, tio! Alice, esse é o pai de Noah. 

-ah, é um prazer! - eu disse, cumprimentando ele. - deu pra suspeitar a semelhança.

- é. Ele é bonitão que nem o pai. Ne? - eu e Erik rimos, assentindo com a cabeça.- meu filho comentou que você cuidou
dele esse final de semana. Por causa da gripe. Obrigado. Qualquer dia eu venho com mais calma pra você cozinhar a famosa macarronada que você faz que ele tanto me fala.

- pode deixar. - eu disse, corando um pouco.

- até, garotos. Se cuidem. -disse o pai de Noah, sorrindo e se despedindo.

- até. Foi um prazer.

- até a próxima, Tio. Se cuida.

Depois que ele saiu, Erik segurou em minha cintura, dizendo:

- acho que estou ficando um pouco gripado, também.... - fingiu uma tosse.

- uma pena, porque achei que pudéssemos nos ver amanhã de novo. - disse eu, me virando pra entrar no prédio.

- não! Estou ótimo! Eu juro. - nós dois rimos. - até amanhã, Erik

- eu te mando mensagem. - piscou, mexendo no cabelo e indo
embora.

Quando cheguei em casa, Noah estava na cozinha.

- ei. - disse eu, chegando perto.

- ei. - ele disse, por cima do ombro.

- conheci seu pai. - falei, Abrindo a geladeira para pegar um pouco de água.

Ele sorriu, me olhando.

- foi?

- aham. Eu e Erik encontramos ele agora, na porta do prédio.


O sorriso logo foi embora.

- Erik? - ele pigarreou, franzindo a sobrancelha.

- treinei com ele hoje.

- vocês andam treinando bastante, huh? Acho que vou querer entrar nessa amizade saudável. - falou, chegando atrás de mim e colocando meu cabelo de um lado só, beijando minha nuca.

Amizade saudável?
Risos.

Nenhum comentário

Postar um comentário

 
Desenvolvido por Michelly Melo.