Dei só uma volta no quarteirão, não querendo me alongar
muito e correr o risco de passar mal sozinha na rua.
Quando era por volta de 16h, eu estava em casa, deitada
assistindo a TV.
“Tudo bem por aí?” –Kira me mandou uma mensagem,
perguntando.
“Blake sabe. Alex sabe. O mundo todo sabe”
“Ah meu Deus! Eu te deixo por uns segundos e isso já
acontece.. E aí?”
“Tudo bem, não se preocupe. Já conversei com Alex e nós
estamos bem, não bem bem, mas bem”
“Ah, entendo. Quer que eu vá pra aí ou algo do tipo?”
“Não, tudo bem. Caminhei hoje, cheguei a pouco tempo e estou
descansando um pouco antes de fazer umas coisas pra faculdade”
“Não vai se cansar muito, ok?”
“Ta bom, mãe”
Desliguei a TV e jogando a preguiça de lado, fui pro
computador fazer pesquisas e trabalhos da faculdade.
Quando dei por mim e olhei pro relógio, eram 22h.
“Ta ocupado?” –Mandei uma mensagem pra Alex.
“Não! O que foi? Ta tudo bem?” Revirei os olhos rindo de sua
resposta.
“Ta. Só to com fome. Pede uma pizza e vem jantar comigo”
“Tô indo”
Deu vontade de comer pizza, ué..
Minutos depois, Alex estava na minha casa. De moletom,
camisa preta e chinelos.
-Pedi pra entregarem, daqui há vinte minutos eles devem
chegar.
-Ah. –Joguei a cabeça pra trás, irritada. –Tô morta de fome.
-Voce não comeu nada até agora?
-Voltei da caminhada e lanchei. Aí fiquei fazendo as coisas
da faculdade e perdi a noção do tempo..
-Isa, você tem que se alimentar melhor. E se você desmaiar
aqui e ninguém te encontrar?
-Credo, Alex. Eu ein.
-É sério.
-OK, vou no chaveiro essa semana e vou fazer uma copia da
chave pra te dar, ok?
-É sério?
-É sério. –Repeti no mesmo tom que ele disse antes e nós
dois rimos.
-Como tem sido o estágio?
-Legal. –Falei animada. –To gostando bastante. Por enquanto
eu só ajudo professores e coordenadores. Mês que vem talvez comece a dar aulas
ou trabalhar dentro de salas.
-Bacana..
-E seu trabalho?
-Estão tentando abrir a empresa de Manhattan aqui. E eu to
ajudando nisso.
-Nossa. –Ergui a sobrancelha surpresa. –Que importante você.
-É. Eu não vou ficar longe de você e nem desse menininho.
–Afagou minha barriga, sorrindo.
Sorri por compaixão aquele momento.
Ligamos a TV e quando estávamos bem confortáveis no sofá, a
campainha tocou.
-Deixa que eu atendo. –Alex disse, se levantando.
Ele pegou e pagou a pizza, trazendo pra cima do sofá, pra
mim, com uma garrafa de refrigerante.
-Meu Deus, posso sentir essa criança sair de dentro de mim e
devorar essa pizza antes que eu o faça!
-Voce já o sente? –Ele falou assustado.
-Não! Foi só jeito de falar mesmo. –Ri, abrindo a pizza e
mordendo logo um pedaço. –Hum.. –
Revirei os olhos de tanto prazer.
-Está boa?
-Maravilhosa. Tudo o que eu precisava. –Sorri, olhando-o.
–Obrigada, de verdade.
-Nada. É melhor eu começar a me acostumar com os seus
desejos..
-Eu não tenho desejos. –Ele me olhou de cara feia, rindo.
–Só estava com uma vontade muito, muito grande de comer pizza.
-Ah. Sei.
-É sério, palhaço.
Continuamos comendo nossa pizza e vendo um filme que passava
na TV.
-
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