Capítulo 67 - desejos

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Dei só uma volta no quarteirão, não querendo me alongar muito e correr o risco de passar mal sozinha na rua.

Quando era por volta de 16h, eu estava em casa, deitada assistindo a TV.

“Tudo bem por aí?” –Kira me mandou uma mensagem, perguntando.

“Blake sabe. Alex sabe. O mundo todo sabe”

“Ah meu Deus! Eu te deixo por uns segundos e isso já acontece.. E aí?”

“Tudo bem, não se preocupe. Já conversei com Alex e nós estamos bem, não bem bem, mas bem”

“Ah, entendo. Quer que eu vá pra aí ou algo do tipo?”

“Não, tudo bem. Caminhei hoje, cheguei a pouco tempo e estou descansando um pouco antes de fazer umas coisas pra faculdade”

“Não vai se cansar muito, ok?”

“Ta bom, mãe”

Desliguei a TV e jogando a preguiça de lado, fui pro computador fazer pesquisas e trabalhos da faculdade.

Quando dei por mim e olhei pro relógio, eram 22h.

“Ta ocupado?” –Mandei uma mensagem pra Alex.

“Não! O que foi? Ta tudo bem?” Revirei os olhos rindo de sua resposta.

“Ta. Só to com fome. Pede uma pizza e vem jantar comigo”

“Tô indo”

Deu vontade de comer pizza, ué..

Minutos depois, Alex estava na minha casa. De moletom, camisa preta e chinelos.

-Pedi pra entregarem, daqui há vinte minutos eles devem chegar.

-Ah. –Joguei a cabeça pra trás, irritada. –Tô morta de fome.

-Voce não comeu nada até agora?

-Voltei da caminhada e lanchei. Aí fiquei fazendo as coisas da faculdade e perdi a noção do tempo..

-Isa, você tem que se alimentar melhor. E se você desmaiar aqui e ninguém te encontrar?

-Credo, Alex. Eu ein.

-É sério.

-OK, vou no chaveiro essa semana e vou fazer uma copia da chave pra te dar, ok?

-É sério?

-É sério. –Repeti no mesmo tom que ele disse antes e nós dois rimos.

-Como tem sido o estágio?

-Legal. –Falei animada. –To gostando bastante. Por enquanto eu só ajudo professores e coordenadores. Mês que vem talvez comece a dar aulas ou trabalhar dentro de salas.

-Bacana..

-E seu trabalho?

-Estão tentando abrir a empresa de Manhattan aqui. E eu to ajudando nisso.

-Nossa. –Ergui a sobrancelha surpresa. –Que importante você.

-É. Eu não vou ficar longe de você e nem desse menininho. –Afagou minha barriga, sorrindo.

Sorri por compaixão aquele momento.

Ligamos a TV e quando estávamos bem confortáveis no sofá, a campainha tocou.

-Deixa que eu atendo. –Alex disse, se levantando.

Ele pegou e pagou a pizza, trazendo pra cima do sofá, pra mim, com uma garrafa de refrigerante.

-Meu Deus, posso sentir essa criança sair de dentro de mim e devorar essa pizza antes que eu o faça!

-Voce já o sente? –Ele falou assustado.

-Não! Foi só jeito de falar mesmo. –Ri, abrindo a pizza e mordendo logo um pedaço. –Hum.. –

Revirei os olhos de tanto prazer.

-Está boa?

-Maravilhosa. Tudo o que eu precisava. –Sorri, olhando-o. –Obrigada, de verdade.

-Nada. É melhor eu começar a me acostumar com os seus desejos..

-Eu não tenho desejos. –Ele me olhou de cara feia, rindo. –Só estava com uma vontade muito, muito grande de comer pizza.

-Ah. Sei.

-É sério, palhaço.


Continuamos comendo nossa pizza e vendo um filme que passava na TV.

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