Capítulo 17 - (re)encontro

quinta-feira, 14 de junho de 2018

-Ah, cala boca, Gabriela. –Rimos –Enfim. Minha mãe vinha me visitar de vez em quando, mas depois que eu cresci, ela ficou bem mais presente..

-Por que?

-Meu pai teve um tumor no cérebro e foi ficando cada vez mais debilitado. Faleceu tem uns 3 anos. –Eu disse logo, com um nó na garganta.

Eu nunca me abria com ninguém, não fora atoa que o tempo todo, Gabriela só falava dela.

-Céus. Eu sinto muito, Noah..

-Tudo bem. Meu ultimo contato com ele foi quando ele estava no hospital. –Comecei a sorrir, fitando o nada e lembrando daquele dia, como se eu tivesse revivendo aquele momento –ele sorriu pra mim, e disse ´´cuide bem das nossas garotas. Você um dia vai achar a minha nora. Eu posso não estar mais aqui, mas você vai saber quem é ela.´´ E me entregou a aliança de casamento dele.

-Nossas garotas. –Nós rimos um pouco. –Caramba! Ele foi um pai e tanto..

-Com certeza. Ele me ensinou muita coisa que eu sei e sou hoje.

-Valeu, tio Puckerman. –Gabriela disse, olhando pra cima e caímos na gargalhada de novo.

-Enfim. Eu já disse tudo que você precisava saber, satisfeita? –Ela assentiu, sorrindo sem graça. –Eu não curto falar muito de mim, Gabi. Eu nunca falo de mim pra ninguém.

-Você nunca teve alguém pra desabafar e tudo mais?

-Eu tinha um velho companheiro do colégio e comecinho da faculdade, John. Ele era bacana. Nós conversávamos sobre tudo, já com a convivência desde garotos, você sabe –ela assentiu, prestando atenção –Mas aí.. Teve uma época meio conturbada.. Ele entrou pra um mundo erradão, e conheceu 
uma garota. Ah.. Ela acabou com ele. Ele morreu de overdose.

-Por isso você sente tanta raiva das garotas?

-Não é raiva, sabe? Eu só não costumo me apegar. Eu trato bem, eu gosto. Mas eu não demonstro sentimentos, nem nada. Porque, a ultima vez que me permiti fazer isso, só ficou batendo essa história dele em minha mente..Uma garota levou meu melhor amigo, cara. Uma garota.

-Nem todas são iguais..

-Ah, são. Pode apostar, que são. As mesmas neuras, os mesmos stress, ciúmes e essas coisas. Você é novinha ainda, ainda tem muito o que aprender e entender.

-Bom, vamos pra fila logo, certo? –Ela do nada falou, abrindo a barraca e saindo. –Se quiser, pode ir pra casa descansar enquanto eu fico aqui.

-To bem. Já tomei banho, está tudo arrumado aqui.. Eu aguento.

-Ótimo.

Fomos pra fila, tiramos nosso ingresso, e já entramos no local onde ocorreria o show. Já tinha um bocado de pessoas lá dentro, aguardando.

-Vou pegar um pouco d’agua. Quer?

-Não, não. Obrigado.

Gabriela se afastou e eu fiquei de pé, apenas olhando o palco, as estruturas ao lado e essas coisas.

-Noah?!

Ouvi uma voz familiar me gritar atrás de mim, e assim que me virei, não acreditei.

Era Sasha Bailey, a garota que estudou o fundamental e médio inteiro comigo. Ela era (e pelo visto ainda é) maior gata! Estava extremamente gostosa. Morena, alta, e mulher do jeito que eu gostava. Pois é, desde os 14, eu tinha bom gosto. Já que foi com ela que perdi a virgindade. É, passado, passado..

-Sasha?

-Noah! –Ela correu pra perto de mim, me dando um forte abraço.

-Quanto tempo, ein! –Afaguei suas costas e logo depois nos afastamos, ainda com grandes sorrisos no rosto.

-Caraca, muito mesmo! Como vão as coisas? Eu fiquei sabendo que você tinha se mudado pra cá..

-É, vão bem! Veio pra cá somente pelo show?

-Sim, claro! Eu não perderia The Maine por nada nessa vida!

Éramos loucos pela banda desde pequenos. É, grande fato do qual nos aproximou.

-Está certo! Acampou?

-Não, um amigo guardou lugar pra mim.. –Ela continuava dizendo, sorrindo e sem tirar os olhos de mim. –Cara, foi muito bom te encontrar por aqui.

-Eu que o diga! Faz o que lá na Califórnia?

-Eu agora estou em Londres! –Ergui a sobrancelha –É! Faço moda lá, agora.

E ela estava com um corpo escultural mesmo.

-Caramba! Magnífico..


-Está sozinho? 

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